Planos valem o que valem. Conforme vamos amadurecendo, vamos percebendo que os planos, na maioria dos casos, saem furados. Então, valerá mesmo a pena fazer planos? Em relação à sua vida no geral, só você poderá decidir, no entanto, no que toca à sua carreira, posso afirmar que sim, vale mesmo muito a pena. Venha comigo perceber melhor do que falo.
Em primeiro lugar, é preciso perceber que a visualização é uma poderosa estratégia de manifestação. Ela ajuda-nos a ter uma perceção mais real do que queremos para o futuro e a exercer as ações necessárias para o concretizar. Então, para fazer planos, é preciso refletir sobre o que mais ambicionamos. Podemos começar com algumas questões fundamentais, como, por exemplo: Que tipo de vida quero para mim? Qual a minha carreira ideal? Se eu não tivesse qualquer tipo de condicionalismos, qual o percurso profissional que trilharia?
Não se obrigue a ter as respostas todas de uma vez e rapidamente. Comece por sonhar em bruto e deixe a sua mente divagar um pouco. Quando sentir que já está a divagar demais, é hora de se sentar e colocar as suas respostas num papel. Depois disso, vai analisá-las com espírito crítico e reformulá-las, ajustando o necessário, cortando o que não faz sentido, acrescentando outras ideias e por aí em diante. Deixe a informação repousar.
Passe para a fase seguinte, de pesquisa e investigação. Vai analisar possibilidades e procurar por inspiração nos que fazem coisas semelhantes às ideias que lhe ocorreram, ou nos especialistas na sua área de atuação, ou mesmo, noutras áreas de negócio. O importante é ser inspirado. Se possível, contacte essas pessoas, converse com elas, sobre os seus processos e percursos, sobre os seus dilemas e inseguranças e aprenda com quem tem mais experiência.
Volte a analisar a sua lista de respostas e possibilidades. Volte a reformular o que considerar necessário, se considerar necessário, e feche os seus resultados. Se não se sentir 100% confiante, nesta fase, é perfeitamente normal. Todos os dias mudamos. Todos os dias temos novas ideias. Todos os dias queremos coisas diferentes. Todos os dias descobrimos que afinal não gostamos disto ou daquilo. E está tudo bem. Está tudo bem em mudar de ideias, elas podem ser reajustadas em qualquer momento, mas tem que começar por algum lado, por isso, tente ter algum equilíbrio entre a liberdade e a assertividade que precisa de si neste momento.
Com base no ideal que projetou, é hora de passar para a próxima fase. Vai sair do campo do sonho e partir para o campo da ação. Comece por olhar para cada uma das suas respostas e transformá-las num grande objetivo. Transforme esse objetivo num objetivo de sucesso. Como? Garantindo que é:
- escrito de forma positiva: o “não”, as palavras negativas ou com carga negativa devem ser eliminados, de forma a empoderarem a ação;
- específico: deve ser o mais detalhado possível, incluindo a data de concretização;
- controlável por si: circunstâncias externas que não controla sempre vão existir; deve garantir que o seu objetivo é definido com base em ações que dependem única e exclusivamente de si e perceber que só isso será certo de atingir e só se se empenhar e agir para atingir a concretização;
- mensurável: terá que encontrar uma ferramenta ou estratégia que lhe faça sentido, para ir medindo o seu progresso ao longo do tempo; esta ação irá garantir que continua motivado e empenhado em seguir em frente e que, além disso, reajusta os comportamentos necessários ao sucesso do objetivo;
- recursos controláveis por si: deve fazer uma lista de todos os recursos necessários à concretização do seu objetivo e garantir que os possui, ou os pode adquirir pelos seus próprios meios, não dependendo de ninguém que possa condicionar os seus resultados;
- avaliável: para definir um objetivo de sucesso, deve avaliar claramente os custos desse objetivo, quer sejam financeiros, quer sejam psicológicos, quer sejam emocionais, para saber com o que pode contar, do que terá que abdicar e onde deve investir de forma precisa.
Após ter o seu objetivo corretamente definido, pode agora delinear o seu plano de ação. Ele poderá passar por decompor o seu objetivo noutros mini-objetivos, de acordo com as indicações dadas até aqui, ou com a listagem de todas as ações que terá que empreender para a concretização do seu objetivo. Comece e continue. Caso necessário, ajuste as ações conforme o desenvolvimento dos acontecimentos e siga sempre em frente.
É preciso notar que este plano deve ser flexível e pode ser reformulado as vezes que forem necessárias, ao longo do seu percurso profissional. Ele não é um conjunto de leis que deve cumprir escrupulosamente, caso contrário é preso, morre uma foca no Ártico, ou o mundo vai acabar. Nada disso! Trata-se de uma linha orientadora, porque, afinal, para quem não sabe para onde quer ir, qualquer caminho serve, não é mesmo? Então, trace o seu percurso e percorra o seu caminho.
Cuidado com a autossabotagem, a procrastinação ou o desânimo. Tudo isso são estratégias da sua mente para lhe mostrar que nunca há-de chegar onde merece, não passa de um sonhador, ou que todas as outras pessoas podem ser felizes menos você. Desconstrua essas ideias absurdas, seja assertivo consigo próprio, confie no seu potencial e trabalhe naquilo e para quem realmente interessa: na sua carreira e para si. E lembre-se: sem investimento, não há crescimento. Quer seja de tempo, de dinheiro, de materiais, de pessoas, ou qualquer outro.
A dado momento, pode até sentir necessidade de formular um novo plano, porque aquele já não faz sentido e está tudo bem. O que é certo, é que acabo de partilhar consigo, uma ferramenta de trabalho, de modo a assumir as rédeas da sua carreira e começar, finalmente, a geri-la. Agora, coloque-se em ação e colha os resultados.
Depois passe para me contar como foi o seu processo, vou gostar de saber! Se, em algum momento, se perder pelo caminho, estenda a mão. A minha já lá está, à sua espera, e vamos juntos!