Quando estava a fazer a seleção de biografias em filme para escrever o artigo “Filmes biográficos: Pessoas fortes, histórias inspiradoras”, ocorreu-me sugerir os filmes do Sylvester Stallone, “Rocky”. Tive que me recordar que Rocky é só um personagem fictício! Mas esta não foi a primeira vez que isto me aconteceu.
Nascida nos anos 80, cresci com os filmes do Stallone, que sabia ser um bom ator, um ícone de Hollywood e também um bom ser humano. Tudo se intensificou quando tropecei, num belo dia, num vídeo que conta a verdadeira história de Rocky, que se mistura naturalmente com a do seu criador.
Stallone inspirou-se numa luta entre Muhammad Ali e Chuck Wepner, escreveu uma história de superação e acreditou em si. Acreditou tanto que, quando lhe disseram não, ele persistiu; quando lhe quiseram impor condições, ele não permitiu; quando o subvalorizaram, ele mostrou como se fazia. Foi lá, interpretou Rocky e transformou-o num sucesso. E só ele o poderia fazer. Só ele conseguiria este resultado. Fê-lo uma e outra vez. Fê-lo de novo e fê-lo muitas vezes. Fê-lo tantas vezes, tão brilhantemente e de forma tão genuína, que hoje tenho que pensar duas vezes se esta personagem é ou não real. Queria que fosse real, ele é tão magnífico! Rocky tem que existir!
Penso que é do senso comum que, como Sylvester Stallone previu, se este papel tivesse sido entregue a um outro ator qualquer, o produto final nunca teria tido o impacto e o sucesso que teve. Isso só aconteceu porque foi Stallone que escreveu o guião, construiu o personagem e viveu todas as dificuldades de Rocky na pele, embora de formas diferentes, e atuou brilhantemente. Também ele veio “do nada”, lutou muito para alcançar o respeito e a admiração dos outros, mas, acima de tudo, a sua dignidade e conseguiu vingar a fazer aquilo de que mais gostava.
Esta é, portanto, uma história inspiradora, de superação, garra, determinação, empenho, que nos ensina que trabalhar duro, acreditarmos em nós próprios, insistirmos e prosseguirmos, traz retorno e permite alcançar verdadeiras conquistas. Que não nos esqueçamos disso e, se dúvidas persistirem, é simples, basta fazer uma maratona de Rocky e inspirarmo-nos nesta magnífica narrativa, contada ao longo de mais de 40 anos, em que as dificuldades e a superação da vida do ator acompanham os desafios e as conquistas do personagem:
- Rocky – 1976
- Rocky II – 1979
- Rocky III – 1982
- Rocky IV – 1985
- Rocky V – 1990
- Rocky Balboa – 2006
- Creed – 2015
- Creed II – 2018
Para uma inspiração adicional, pode ainda ouvir a eternizada música “Eye of the Tiger”, da banda Rock Survivor, lançada em 1982, encomendada propositadamente para o filme Rocky III, e que é um sucesso até aos dias de hoje. Ninguém lhe fica indiferente e a ouve ou canta sem se lembrar de Rocky!
Por estes motivos e muitos mais, caro leitor, é difícil lembrar que Rocky é um personagem fictício. Ele foi completamente personificado: tem um rosto, uma história longa e interessante, amigos, família, conflitos, desafios constantes, mas, acima de tudo, reflete-se em cada um de nós. Em cada partida que a vida nos prega, em cada repto que se nos coloca, a cada conquista que alcançamos. É um ícone de força, coragem e humildade. Longa vida a Rocky Balboa!
E você, o que acha: será que Sylvester Stallone matou mesmo Rocky Balboa e ele nunca mais vai aparecer?
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Fonte da foto: https://bit.ly/2SojaAX
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